sábado, 23 de outubro de 2010

POIS NÃO, SIM SENHOR. OU, NÃO SENHOR, POIS SIM!

G         Tanto  faz como tanto fez, parece até que cheguei agora e não sei se aqui é o Haiti de Caetano ou o Paraíso do Chico, essas figuras tão admiráveis quanto execráveis pelas palavras e obras. Na verdade, porém, eu cheguei há tanto tempo que poderia até contar aos chegados mais recentes um punhado de acontecimentos vivenciados que eu não gostaria de ver nada semelhante novamente acontecendo. Ah! deixa pra lá, o que passou, passou, não é assim? Se eu cheguei até aqui, vamos em frente.
        Não tive tempo de aprender a fazer minha página de poesia no Papo do Mutum, como pretendo, mas uma poesia que vai para minha gaveta sonhando ser página de um livrinho futuro, está aqui completando meu recado de hoje, pra não dizer que estou inteiramente perdido na multidão.. Pelo contrário,  vou no rumo da minha certeza relativa, balizando-me um pouco no que aprendi com a criação artística desses doces bárbaros, Chico e Caetano: a sensibilidade se tansforma em arte e o artista em cidadão pela opinião, daí que admirar o belo não me obriga a seguir a opinião de seu autor. Então vamos lá.


 GRACIAS A EL REY LUIZ

Doar a quem esta herança maldita
Que transformei no olimpo
Enquanto garimpei o ouro
Que dos meus bolsos transborda
E esparrama migalhas luzentes
Que não apontam futuro
Para quem é maltratado
Por falta de educação
Saúde, saneamento
Formando um a um multidão
De tantos milhões de gentes
Que não nasceram meus filhos
Mas a quem eu dou guarida
Desde que estendam a mão?

Sejam gratos, confiantes
Que faço o melhor que posso
Tirando dos companheiros
Que me sustentam no trono
- Esta gente honesta, honrada
Exemplo de brasileiros
Que não nega a cada irmão
(no sentido figurado)
As sobras do ouro embolsado
Sem qualquer corrupção.

Falo claro, jogo limpo
Pois neste país nunca antes
Sob o estelar firmamento
Neste reinado que é meu
Nesta  terra tão bendita
Houve tantos brasileiros
Que da pobreza saíram
Embora a oposição
Venha com toda essa grita
E só pra fazer baderna
Diz que é pura enganação
De quem a todos governa.

Assim esta herança maldita
Que transformei no olimpo
Será de quem eu quiser
No meu trono aqui sentar
Desde que bom companheiro
Ou companheira mulher
Para falar “sim Senhor”
Conforme eu comandar.

Não posso deixar de ser dono
Do poder que construí
Seria um tropeço no escuro
ver todo o ouro roubado
Ao povo não mais chegar
Pelas migalhas do engodo

Por isso não abro mão
Meu Deus do céu quem diria
De pôr na minha cadeira
e ensinar o que aprendi
para me representar
Uma mulher, minha cria
Que cuide do meu reinado
Defenda  os companheiros
E me devolva no futuro
Este olimpo abençoado
Que fiz com herança maldita

Ninguém me empurra no lodo
Viva os pobres brasileiros!















 

domingo, 17 de outubro de 2010

A OPINIÃO DE MARINA

 Marina cá, pelo que vejo no noticiário, se posicionará pela neutralidade com nome de independência. Parece, porém, que a independência das lideranças do PV na maioria os levará a apoiar José Serra. o que farão os filiados e militantes, com sua independência?

Marina lá, do outro lado do mundo, me dá um beijo e o endereço de seu blog http://madhumita.net
e, no meio de tanta coisa que li no blog da minha sobrinha que vive na Croácia, copiei e transcrevo abaixo seu criativo sentimento de brasileira. Aqui um recado para ela: Venha Marininha, trazer seu companheiro para conhecer nossa amada e bagunçada terra de Macunaíma. Ele poderá se assustar um pouco, mas logo se acostumará. Sejam benvindos. Beijos. 




*Nota aos que podem estar enganados a meu respeito: Não odeio meu país!! Amo o Brasil e amaria que ele fosse bem cuidado por todos nós.  Mas os dados estatísticos e a realidade vista no dia a dia, mostram como a coisa anda mal. :( E para fechar este post meio “revoltadinho”, o Titirica se tornou o Deputado Federal mais votado na história do país! “Ele deixou de ser palhaço para fazer os outros de palhaços”…  são com estas e outras “inspirações”, que eu escrevo e me vejo forçada a fazer tais comparações, entre o Brasil e a Croácia.
‎”The only thing that interferes with my learning is my education.” ~ Albert EinsteinA

sábado, 16 de outubro de 2010

ALGUMA POESIA: MINHA E DE GRANDES POETAS

 

 

O título acima é o que pretendo dar a uma página onde publicarei alguma coisa que escrevi (poemas já publicados nos livros "Presente" e "Dádiva" e outros ainda inéditos), aqui enriquecidos pela presença de poemas de autores respectivamente identificados. Bom, isto, se eu conseguir fazer com ALGUMA POESIA: MINHA E DE GRANDES POETAS uma página do Papo do Mutum. Não sendo aprovado na aprendizagem, os textos estão aqui com meu abraço 

 

 

"EU QUERO UM PAÍS MELHOR!"

O título está entre aspas porque é uma frase do artista mineiro, sensível e sério, Fernando Brant. Foi dita em outros tempos, mas, para os dias que estamos vivendo, sintetiza o meu sentimento, assim como toda a música e a letra da “Carta à República (Milton Nascimento e Fernando Brant), onde fui buscá-la:

"Sim é verdade, a vida é mais livre
o medo já não convive nas casas, nos bares, nas ruas
com o povo daqui
e até dá pra pensar no futuro
e ver nossos filhos crescendo e sorrindo
mas eu não posso esconder a amargura
ao ver que o sonho anda pra trás
e a mentira voltou
ou será mesmo que não nos deixara?
a esperança que a gente carrega é um sorvete em pleno sol
o que fizeram da nossa fé?

Eu briguei, apanhei, eu sofri, aprendi,
eu cantei, eu berrei, eu chorei, eu sorri,
eu saí pra sonhar meu País
e foi tão bom, não estava sozinho
a praça era alegria sadia
o povo era senhor
e só uma voz, numa só canção

e foi por ter posto a mão no futuro
que no presente preciso ser duro
que eu não posso me acomodar
quero um País melhor". 
 
 
 
A CARTA PERDIDA NO TEMPO

Quando era ainda criança, lembro bem
Carta era algo trazido pelo correio
Em envelope lacrado
E entregue a um dos avós
Olívio ou Cotinha
Em torno de quem se reunia a parentada
Na Vila Derly (aquele sobrado imponente)
Todos a custo segurando a curiosidade  
Sobre o que lia o patriarca do clã.

Depois então ele contava o que acabara de saber
Tanto podendo ser aquela boa notícia
Há tanto tempo aguardada e motivo de alegria
Como também algo grave, talvez o inesperado
Que à família causaria profunda tristeza e dor.

Aqueles escritos que no correio buscava
E a meus avós entregava
Mostraram-me ser a leitura
De grande utilidade para não depender de outrem
Ao querer satisfazer a minha curiosidade
Sobre o conteúdo da carta
E tudo mais que escrito
Pudessem meus olhos ler.

Então pouco a pouco aprendi
Com meus avós, com meus pais,
Com professoras na escola
Com gibis pelos quintais
Que além de ser necessária
A leitura dá prazer.

Eis a razão desta carta.

ALGUMA POESIA: MINHA E DE GRANDES POETAS

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CHICO BUARQUE, SÉRGIO PORTO E MUTUM EM SAMBA-ENREDO

Você está se divertindo nestas eleições? Pois eu estou, como dizer que não? Sei da minha responsabilidade como eleitor e procuro estar preparado para escolher e votar no melhor candidato. Foi isso que fiz no primeiro turno votando na Marina e farei agora votando em quem, em quem?. Mas, além de fazer o que é meu dever de cidadão, tenho cá os meus direitos e com eles faço o que gosto. Às vezes gosto e não posso, então não faço. Gosto muitodemúsica e de uma boa leitura, por exemplo, e por isto lembro-me da música de Chico Buarque e da crônica de Sérgio Porto. Do primeiro, alías, seu nome se não me viesse à memória viria aos meus olhos no noticiário politico recentíssimo. Boas vindas ao velho Chico, quem sabe trazendo-nos novas belas composições além de sua assinatura em manifesto de apoio político que só lhe dará desgaste, ouvindo do povo: "Quem te viu e quem te vê". Sérgio Porto não me deixa esquecer a verve de Stanislaw Ponte Preta e sua pepita de ouro crítico que nos legou com o "Samba do Criolo Doido". Pois é, me divirto com o que ouço e com o que leio sobre os candidatos e suas campanhas, que (felizmente ou graças a Deus?) terminará dia 31, quando se elegerá cara ou coroa (infelizmente ou graças a Deus?). Vamos lá então, nos divertir enquanto é tempo? Ah! Quase me esquecia, na hora do carnaval da vitória, como bom mutuense eu incluiria entre os sambas do Chico e do Stanislaw a minha homenagem aos pioneiros da minha terra. Viva Mutum. Viva Serra!


HISTÓRIA QUE DÁ SAMBA

Nas asas do Mutum voei meu sonho
Pousei no vale e também subi a serra
Trabalhador, com braço forte fiz aposta
Na esperança, na família, nesta terra

Nas asas do Mutum cheguei Modesto
Plantei semente e, assim, fui pioneiro
Eu sou Ribeiro, Araújo, Pôncio, Costa
Teixeira, Scherrer, Randow, Laigner, Pinheiro
Nas do Mutum meu coração aventureiro
Veio de longe trouxe amor e bem querer
Toquei viola, fiz a festa, seresteiro
Dancei catira, calango, cateretê

Nas asas do Mutum trago meu gesto
De gratidão a quem aqui cuidou de mim
Me deu saúde, segurança, educação
Comida boa em mesa farta sem ter fim

Eu sou Osório, Dona Cota,  Victorino, 
Maria Braga, seu Corrêa, João Pregão
Zé Gabriel, Dona Maricas, seu Henrique
Zeca Pereira, seu Dadá, doutor Bião

Nas asas do Mutum vejo esse povo
Voando nas alturas sem ter medo
Mantendo a tradição criando o novo
A sua história é um belo samba-enredo

   
.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ONTEM THIAGO DE MELLO, HOJE GARCIA LORCA


Faz escuro mas eu canto:
verde que te quero verde
.
Voltando ao Papo do Mutum, dizer o que neste fim de noite? Que foram momentos de imensa alegria,  ali, sentado ao lado de meu amigo Chico (Dr. Francisco Fagundes), na noite de ontem, os dois homenageados pelos professores e alunos do CESEC Valdir Pinheiro de Lacerda como poetas mutuenses? Repetir o que eu disse, da minha emoção ao ouvir aqueles jovens e aquelas pessoas já maduras de tantos anos vividos,  alunado que não mede esforços na busca do ensino outrora não alcançado por diversos impedimentos, recitando Cecília Meirelles, Shakespeare, Thiago de Mello e entre outros tantos grandes autores incluindo os belos poemas da criativa veia poética do prezado Chico e alguns dos meus modestos escritos?
        Ontem Thiago de Mello, hoje Garcia Lorca. Ontem o Sarau do CESEC, hoje a crônica do Arnaldo Jabour, criativo e polêmico agitador cultural recorrendo ao Verde que te Quiero Verde do poeta espanhol para enaltecer o resultado da campanha do Partido Verde no primeiro turno das eleições deste ano. Voltando ao Papo do Mutum,
dizer o que, aqui agora?
Que a poesia de ontem e de hoje
 sempre me alcança,
 me alerta,
 me provoca,
 me descança;
 que se ontem e hoje
com o verde da esperança
no porvir acreditei
agora mais lutarei
procurando construir
algo que seja legado
à minha filha querida
(a criança da foto ao lado)
para usufruir toda a vida:
o mundo melhor sonhado.    
Posted by Picasa